Mercado eleva projeção do PIB para 1,20% em 2022, mostra Focus

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Já a estimativa de inflação subiu para 8,89% neste ano e para 4,39% em 2023

Após mais de um mês sem divulgação da pesquisa Focus pelo Banco Central, a projeção mediana dos economistas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2022 saltou de 0,70% para 1,20%. Já o prognóstico de expansão de 2023 recuou de 1% para 0,76%.

O boletim parcial divulgado nesta segunda-feira (6) mostrou também que as estimativas dos analistas do mercado para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), em um cenário inflacionário desafiador, passaram de 7,89% para 8,89% em 2022 e subiram de 4,10% para 4,39% em 2023. A mediana considera todas as projeções feitas nos últimos 30 dias até 3 de junho.

Considerando apenas as informações prestadas nos últimos cinco dias no sistema do BC, a mediana das estimativas dos economistas para a inflação de 2022 chega a 9% e a 4,5% no próximo ano. A projeção do PIB, por sua vez, mostra crescimento de 1,5% neste ano e de 0,47% em 2023.

O BC não divulgava a pesquisa Focus desde 2 de maio, quando interrompeu a publicação semanal devido à greve dos servidores da autoridade monetária. Os funcionários voltaram a cruzar os braços em 3 de maio por reajuste salarial de 27% e reestruturação de carreira, após trégua de duas semanas, e a paralisação segue por tempo indeterminado.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse em audiência pública na Câmara dos Deputados, na semana passada, ver a projeção do mercado para o PIB no ano chegar em torno de 2%. A divulgação dos últimos dados desencadeou uma série de revisões altistas nos prognósticos em relação à atividade econômica neste ano.

Na última quinta-feira (2), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o PIB brasileiro cresceu 1% no primeiro trimestre de 2022, puxado pela volta dos serviços. Apesar de positivo, o desempenho do PIB no período ficou ligeiramente abaixo das expectativas dos economistas (1,2%). Segundo analistas, a economia deve desacelerar ao longo do ano.

Quanto à inflação, em um contexto de deterioração sucessiva das expectativas, o mercado coloca o IPCA cada vez mais distante do objetivo de 3,5% perseguido pelo BC neste ano, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Isso representaria o segundo estouro consecutivo da meta, que é estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015. Os dados de maio serão divulgados pelo IBGE na próxima quinta-feira (9).

A inflação de 2023 também já tem sido colocada acima do centro da meta de 3,25% –com intervalo de tolerância de 1,75% a 4,75% no próximo ano.

A expectativa dos analistas do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) ao fim deste ano continua em 13,25%, mesmo patamar divulgado no último levantamento. Houve ajuste para cima na projeção para o nível dos juros ao fim de 2023 a 9,75%, contra 9,25% anteriormente.

Para o próximo encontro do Copom (Comitê de Política Monetária), nos dias 14 e 15 junho, o colegiado do BC sinalizou uma provável alta de juros menor do que 1 ponto percentual. No dia 4 de maio, a autoridade monetária elevou a Selic a 12,75% ao ano.

A pesquisa Focus traz estimativas de economistas de mais de cem instituições financeiras sobre diversos indicadores, como atividade econômica, taxa básica de juros, inflação e câmbio. O relatório semanal é uma das referências na tomada de decisão do colegiado do BC.

Fonte: Folha de São Paulo

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