Indústria do Ceará engatou maior ritmo de recuperação em 2020

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O Estado, que chegou a apresentar a maior queda do País na produção industrial em junho (-22%), conseguiu reduzir a retração para 6,1% em dezembro. Estimativa é que setor consiga avanços de 10% este ano

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Legenda: Setor de fabricação de vestuário e calçados foi o que sofreu mais perdas durante a pandemia no CE
Foto: Rayane Oliveira/Fiec

O gerente do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale, lembra que, em junho, o Estado acumulava queda na produção de 22%, a maior do País no período.

“Ou seja, no segundo semestre, o Ceará conseguiu reduzir essa retração em 16 pontos percentuais, é o melhor resultado entre todos os estados pesquisados. E também indica uma forte recuperação da indústria em 2021”, ressalta.

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Desde julho, quando o processo de retomada gradual das atividades no Estado começou a acontecer de forma mais célere, o setor engatou sequência de seis altas seguidas em relação a 2019 até o momento. Em dezembro, o avanço foi de 17,7%.

“Isso faz com que o otimismo dos investidores cearenses permaneça em alta e, havendo cenário positivo no que se refere à recuperação das atividades, ao controle da Covid-19 e ao avanço da vacinação, isso tudo fortalece esse otimismo industrial e faz com que, de fato, os prognósticos de crescimento da produção industrial próximos a 10% em 2021 se tornem cada vez mais factíveis”, avalia Muchale.

Ele ainda explica que os setores que tiverem suas atividades restringidas no terceiro trimestre por conta da pandemia vão estar produzindo este ano, de forma que apresentem crescimentos expressivos tendo em vista a baixa base de comparação.

Gargalos

Apesar do forte otimismo e indicativo de recuperação, a retomada de fato da indústria ainda depende de alguns fatores. O gerente do Observatório da Indústria destaca que o avanço na agenda de reformas pelo Governo Federal é um dos pontos decisivos para a confirmação das expectativas e para que as empresas locais sejam mais competitivas.

“As reformas tributária, administrativa e política são essenciais para o crescimento de longo prazo do País e têm reflexo direto no comportamento da indústria do Ceará. Além disso, a própria redução do custo Brasil, em parte resolvida pelas reformas, reduzindo a burocracia e dando maior agilidade nos processos públicos, pode ser complementada por investimento em ciências, tecnologia e inovação, em educação e em infraestrutura logística mais eficiente”, indica.

Muchale também ressalta a importância da continuidade dos acordos comerciais com a União Europeia e Estados Unidos. Isso porque eles criam forte mercado potencial para alavancar as exportações industriais do Ceará.

Diário do Nordeste

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