IBGE: prévia da inflação recua em janeiro, mas segue acima de 10%

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A prévia da inflação oficial no Brasil recuou no mês de janeiro, mas segue em dois dígitos no acumulado de 12 meses, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa quarta-feira (26/01).

Em janeiro, o indicador teve variação de 0,58%, o que sinaliza uma perda de fôlego se comparado a dezembro de 2021, quando regisotu alta de 0,78%. Ainda assim, a taxa se manteve acima das expectativas do mercado financeiro, uma vez que analistas da agência Bloomberg projetavam avanço menor, de 0,44%.

O IPCA-15, pelo fato de ser divulgado antes, sinaliza uma tendência para os preços, razão pela qual é conhecido como uma prévia, mas o índice oficial de inflação no Brasil é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 se mantém distante da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC). Em 2022, o centro da meta é de 3,50% e o teto, 5%.

Segmentos em destaque
A alta do IPCA-15 foi puxada pelos produtos alimentícios. Ao longo do primeiro mês do ano, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta de preços.
A alimentação e bebidas registraram avanço de 0,97%, o que significa aceleração frente ao mês anterior (0,35%). A alimentação no domicílio subiu 1,03%. Os maiores impactos vieram da cebola (17,09%), das frutas (7,10%), do café moído (6,50%) e das carnes (1,15%), diz o IBGE.

A alimentação fora do domicílio, por sua vez, teve avanço de 0,81% em janeiro. O lanche passou de queda de 3,47% para alta de 1,25%, enquanto a refeição subiu 0,63%, resultado inferior ao do mês anterior (1,62%). Por outro lado, houve queda nos preços da batata-inglesa (-9,20%), do arroz (-2,99%) e do leite longa vida (-1,70%), que já haviam recuado no mês anterior.

Na avaliação do economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre ), a inflação dos alimentos é um dos fatores de preocupação no começo de 2022 em razão da estiagem que castiga lavouras da região Sul e de parte do Centro-Oeste. “O IPCA-15 veio acima da expectativa em janeiro. Os alimentos in natura tiveram participação grande. É um efeito sazonal, agravado pela onda de calor no Sul e as chuvas no Sudeste. Se houver uma quebra de safra expressiva em milho, soja e trigo, complicará a inflação de alimentos, com impacto mais persistente sobre as carnes, porque boa parte dos animais é sustentada com milho e soja. O trigo é importante na cadeia produtiva para massas, pães e biscoitos”, destacou.

Depois de alimentação e bebidas, os destaques em janeiro foram os grupos de saúde e cuidados pessoais (0,93%) e habitação (0,62%). Os segmentos contribuíram com 0,12 ponto percentual e 0,10 ponto percentual, respectivamente.
Os transportes pegaram a contramão e registraram a única queda de preços entre os grupos no IPCA-15. O recuo foi de 0,41% em janeiro, após forte alta de 2,31% em dezembro. O resultado de transportes foi influenciado pelas baixas nos preços da gasolina (-1,78%) e das passagens aéreas (-18,21%), de acordo com o IBGE. Etanol (-3,89%) e gás veicular (-0,26%) também tiveram variações negativas no período.

Fonte: O Estado CE

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