FMI revisa de 5,3% para 9,1% previsão de queda do PIB do Brasil

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Enquanto a pandemia de covid-19 não dá sinais de trégua e abala os pilares da economia mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta quarta-feira (24/06) relatório piorando as estimativas de abril, que já não eram boas, dando sinais de que o novo coronavírus deixará suas marcas na maior recessão da história.

No caso do Brasil, o Fundo revisou as projeções de queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em 2020, passando de 5,3% para 9,1%.

Essa previsão é mais pessimista do que a mediana das expectativas do mercado, computadas pelo Banco Central no Relatório Focus que, na última segunda-feira previa retração de 6,5%. A nova previsão de retração do PIB brasileiro é parecida com a taxa de queda estimada em abril para o PIB da Itália e que agora passou para 12,9%.

O Fundo alterou de 3% para 4,9% a previsão de retração do PIB mundial neste ano. Ao divulgar relatório Panorama Econômico Global em abril, o organismo multilateral anunciou que o Grande Bloqueio provocado pela pandemia estava fazendo a economia mundial registrar a pior recessão desde 1929, quando foi desencadeada a Grande Depressão. Naquele momento, devido ao enorme grau de incertezas, o FMI não disponibilizou as projeções de médio prazo e se limitou a divulgar dado apenas até 2021.

“A pandemia de Covid-19 teve um impacto mais negativo na atividade no primeiro semestre de 2020 do que o previsto, e a recuperação é projetada para ser mais gradual do que o previsto anteriormente”, informou o organismo multilateral. Para 2021, o crescimento global é projetado em 5,4%.  “O impacto adverso sobre as famílias é particularmente aguda,  comprometendo o progresso significativo alcançado na redução da pobreza extrema no mundo desde os anos 1990”, reforçou o Fundo.

A revisão das estimativas do FMI também piorou a evolução da dívida pública bruta do Brasil, passando de 98,2% do PIB para para 102,3% do PIB, em 2020, e para 100,6% do PIB, em 2021. A metodologia do Fundo é diferente da do governo, pois considera os títulos públicos na carteira do Banco Central. Com isso, em 2019, a dívida bruta do governo geral ficou em 89,5% do PIB em 2019, enquanto, pelos cálculos do BC, esse indicador encerrou o ano em 75,8% do PIB.

Abaixo da média

O FMI revisou de 2,9% para 3,6% a expectativa de recuperação do PIB brasileiro no ano que vem. Essa taxa, no entanto, está abaixo da expectativa média global, de 5,4%, mas que, em abril, era de 5,8%.

Pelas novas estimativas do Fundo, o PIB da América Latina deve encolher 9,7%, neste ano, e crescer 3,7%, no ano que vem. As previsões anteriores eram de queda de 5,2%, em 2020, e de expansão de 3,4%, neste ano.

Além do Brasil, Argentina e México tiveram suas revisões de PIB, que devem apresentar desempenho econômico pior do que o do Brasil neste ano. A previsão de queda do PIB argentino em 2020 passou de 5,7% para 9,9%. Para 2021, a expectativa de crescimento passou de 4,4% para 3,9%.  O Fundo aprofundou aprofundou a estimativa de queda do PIB do México neste ano, de 6,6% para 10,5%. E, para o ano que vem, elevou de 3% para 3,3% a previsão de crescimento.

As projeções de queda do PIB dos Estados Unidos em 2020, passaram de 5,9%, em abril, para 8%, em junho. Essa taxa, é a mesma que o fundo estima para o recuo das economias desenvolvidas neste ano.

O Fundo ainda piorou as previsões do PIB de economias que são importantes para impulsionar o PIB global, a China e a Índia. Reduziu de 1,2% para 1% a previsão de expansão do PIB chinês neste ano. Já a projeção para o PIB indiano passou de um crescimento de 1,9% para um tombo de 4,5%. Para 2021, o Fundo prevê retomada de 8,2% e de 6%, respectivamente. Antes, essas taxas eram de 9,2% e de 7,4%.

Fonte: Correio Braziliense

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