“Desencantando Bárbara de Alencar” é destaque no Conafisco

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Luiz Carlos Diógenes

Em sua 19ª edição, o Congresso Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Conafisco), ocorrido no período de 6 a 10 de novembro, reservou um momento em sua programação para divulgar os trabalhos dos sindicatos filiados que possuem relevância para a categoria.

Nesse espaço de troca e aprendizado – o chamado “Espaço Aberto” – ganhou destaque o projeto “Desencantando Bárbara”, do Ceará, apresentado pelo coordenador regional Adjunto do Sintaf no Cariri, Luiz Carlos Diógenes. O projeto é uma realização em parceria da Fundação Sintaf, do Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf) e da Estação de Cultura Ecopedagógica.

Cearense por adoção, pois nasceu em Exu, Pernambuco, e morreu no Piauí, Bárbara Pereira de Alencar se enterrou na comunidade do distrito de Itaguá, em Campos Sales-CE, e teve sua atuação política-cultural desenvolvida no Crato.

Luiz Carlos destaca que o projeto consiste em resgatar a memória de Bárbara, hoje consagrada heroína nacional. “Ela foi uma mulher à frente de seu tempo, ainda no início do século XIX, desenvolvendo as questões independentistas do Nordeste brasileiro e do Brasil. E isto numa época em que mulher não poderia se posicionar e se pronunciar politicamente”, explica o coordenador.

Após a contextualização sobre o projeto, foi exibido o vídeodocumentário “Desencantando Bárbara”, produzido na comunidade de Itaguá. “O curta foi muito bem acolhido por todos os colegas que estavam aqui, de várias partes do país”, afirma Luiz Carlos. “Entendemos que essa ação alicerça e reforça a preocupação com um país menos desigual, desenvolvendo a ideia de uma cidadania cultural forte. Dessa forma, a gente imagina que a cidadania se fortalece”, completa.

Segundo ele, o projeto é um retorno dos fazendários cearenses a produções que fortalecem o estado de bem-estar social e cultural, desenvolvendo a consciência crítica-cidadã.

“Nesse sentido, o curta pode deixar desdobramentos para trabalharmos essa perspectiva do serviço público, preocupado com o estado desenvolvimentista, a sustentabilidade social, numa linha progressista de emancipação humana real e concreta. Bárbara é uma heroína em toda essa perspectiva, uma mulher de muitas faces, pelo aspecto não apenas político-histórico, de ter entrado numa luta e ser mãe de quem foi, influenciando os filhos (que ficaram muito mais conhecidos), como José Martiniano de Alencar e Tristão Gonçalves, e também seu neto, José de Alencar. Mas, ao mesmo tempo, Bárbara teve outras preocupações, rompendo a opressão de um patriarcado, de uma sociedade machista”, aponta Luiz Carlos Diógenes.

Para o coordenador, é fundamental resgatar a história de nossos heróis – principalmente as heroínas – para que sirvam de exemplo e modelo para uma sociedade menos desigual, como aponta o tema do Conafisco. “E acreditamos que essa cidadania cultural talvez seja um grande veículo e um instrumento efetivo de libertação de um povo, de forma real e concreta”, finaliza.

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