A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais registrou uma queda real (descontada a inflação) de 6,91% em 2020, para R$ 1,479 trilhão, informou a Secretaria da Receita Federal nesta segunda-feira (25). A comparação foi feita com o ano anterior.
De acordo com dados oficiais, esse foi o pior, para um ano fechado, desde 2010, ou seja, em dez anos. Os valores foram corrigidos pela inflação. Com essa correção, a arrecadação foi de R$ 1,526 trilhão no último ano.
A arrecadação de 2020 foi influenciada pela pandemia do novo coronavírus, que gerou tombo da economia brasileira. Com menos atividade, há menos arrecadação. Para o último ano, a previsão de analistas do mercado é de uma retração de 4,32% no PIB.
Além disso, os empresários também lançaram mão de compensações tributárias a que tinham direito por conta de tributos pagos a mais no passado — o que ajudou a derrubar os valores arrecadados. Em 2020, as compensações de impostos somaram R$ 167,679 bilhões, contra R$ 105,554 bilhões no ano anterior. Um aumento de R$ 62,125 bilhões.
Além disso, segundo o Fisco, nem todos os impostos atrasados pelo órgão foram pagos pelos contribuintes. No ano passado, a expectativa era de que fossem pagos R$ 85,154 bilhões, mas somente R$ 64,397 bilhões entraram nos cofres públicos. Desse total, R$ 9,937 bilhões foram compensados pelas empresas, R$ 1,121 bilhão ingressará em 2021 (oitava cota do IRPF) e R$ 9,115 bilhões representam “outras situações”.
Outro fator que contribuiu para a queda da arrecadação foi a redução de alguns tributos, como o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e, também, o Imposto de Importação de produtos médicos ligados ao combate à Covid-19. Somente a redução do IOF gerou uma perda de R$ 19,690 bilhões.
Fonte: G1