Com cartazes, bolo de “desaniversário” e vaia coletiva, fazendários protestam contra descaso da Sefaz

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Unidos na Praça dos Fazendários (sede I), servidores da Fazenda se manifestaram nesta segunda-feira (13) pelo avanço de seus pleitos mais urgentes

Demandas reprimidas, falta de infraestrutura e demora na solução de problemas urgentes da categoria. Esses e outros motivos levaram os servidores fazendários do Ceará a realizarem, na manhã desta segunda-feira (13), uma nova manifestação contra o descaso da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz).

Unidos na Praça dos Fazendários (sede I) com cartazes e até um bolo de “desaniversário”, os servidores da Receita estadual protestaram em busca de avanço nas negociações sobre pontos como a demora na incorporação dos 38% restantes do piso do Prêmio por Desempenho Fiscal (PDF), a média de produtividade para fins de aposentadoria, o concurso público para Auditor Fiscal Adjunto, o teletrabalho na Sefaz, a exclusão dos fazendários do Refis e as más condições de trabalho e infraestrutura.

Lutar contra retrocessos

“Não é momento de se omitir, é momento de todos estarem presentes. Com tanto retrocesso na Sefaz e conquistas que estão sendo colocadas na gaveta, precisamos dar uma resposta à Administração para que um desastre não aconteça em nossa casa, como aconteceu, por exemplo, no governo de Tasso Jereissati”, disse o diretor de Assuntos Econômico-Tributários do Sintaf, Wildys Oliveira.

O fazendário aposentado Lúcio Maia expôs, em sua fala, que a atividade-fim da casa, que é arrecadação, tributação, fiscalização e gestão das finanças, está ficando em segundo plano. “A tendência é a Instituição definhar. Ou a gente toma uma atitude para reverter esse quadro, ou a casa vai ficar somente em atividade-meio”, alertou.

“Como é que alguém tão próximo à gente permite que isso aconteça?”, questionou o diretor de comunicação do Sindicato, Nilson Fernandes. Ele pontuou: “Essa casa é mãe de todas as casas. A Fazenda é quem sustenta educação, saúde e segurança. A nossa atividade principal, que é a fiscalização, hoje é muito pouco prestigiada. Nós viajamos por todos os postos fiscais e verificamos unidades com apenas duas pessoas. Não estamos lutando apenas pelos nossos salários, para evitar perdas, mas também pelas condições de atuação, para o futuro dessa casa, desse Estado”.

Durante o protesto, os servidores seguraram cartazes que denunciavam “2 anos da pior reforma da previdência estadual”, “22 anos sem concurso para Auditor Fiscal Adjunto”, “3 anos de promessa para compra de novas viaturas”, “3 anos sem scanner no Posto Fiscal dos Correios”, dentre outras. Em seguida, os presentes deram uma grande vaia coletiva.

Ataques aos servidores

Mencionando a PEC 32 (reforma administrativa), a fazendária Ana Maria reiterou que “os ataques aos servidores públicos não param, e não atingem somente aos mais antigos. 2022 é um ano de eleição, daqui para lá muitas coisas vão acontecer e os ataques vão continuar”.

O diretor de organização do Sintaf, Carlos Brasil, ressaltou o trabalho desempenhado pela categoria durante a pandemia. “Juntamente com os policiais militares e os servidores da saúde, nós, fazendários contribuímos na luta contra a Covid, trabalhamos diuturnamente nos postos fiscais. É justo ficarmos sem aumento? É justo nos tirarem do Refis? É justo que no final da vida nós tenhamos que trabalhar mais anos por causa de uma reforma que é a pior de todos os estados da federação?”, indagou.

Ao final de sua fala, Brasil ponderou: “Eu acredito na sensibilidade da secretária Fernanda, e o Sindicato encontra-se aberto a negociações. Não iremos abrir mão de nossos direitos”.

Após o ato, a Diretoria Colegiada do Sintaf convidou os manifestantes a protocolar, conjuntamente, a minuta do projeto de lei que visa restabelecer a participação dos servidores fazendários no Refis, buscando garantir esse direito de forma definitiva.

 

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