O partido favorito para tomar o controle do fundo é o PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), que já conseguiu emplacar no governo federal o nome de Fernando Marcondes de Araújo Leão para comandar o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs)
A negociação de cargos entre o presidente Jair Bolsonaro e o Centrão gerou mais um fruto e, nesta segunda-feira (18/5), a legenda premiada da vez foi o PL. Assessor do partido na Câmara, Garigham Amarante Pinto foi nomeado para a Diretoria de Ações Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Neste mês, essa é a terceira indicação política aceita pelo chefe do Palácio do Planalto em troca de apoio no parlamento a seu governo.
Indicado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, Garigham é advogado de formação. Desde o início do toma lá dá cá no governo Bolsonaro, o FNDE passou a ser um dos espaços da administração federal mais cobiçados pelo Centrão. Responsável pela execução de políticas educacionais do Ministério da Educação, o órgão tem um orçamento de R$ 54 bilhões para este ano.
Ainda está em discussão a entrega da presidência do FNDE a alguma das siglas de centro. O partido favorito para tomar o controle do fundo é o PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), que já conseguiu emplacar no governo federal o nome de Fernando Marcondes de Araújo Leão para comandar o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Como reflexo da negociação, recentemente, Bolsonaro escolheu o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) para exercer a função de vice-líder do governo na Câmara.Continua depois da publicidade
Nomeação
Outro partido que já conseguiu efetivar indicações no Diário Oficial da União foi o Republicanos. Após se encontrar com Bolsonaro no Planalto ao longo do mês passado, o deputado federal e presidente nacional da legenda, Marcos Pereira (SP), garantiu a nomeação de Tiago Pontes Queiroz para assumir a Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Segundo líderes do Centrão, mais nomeações de nomes ligados a PP, PL e Republicanos, bem como a Solidariedade, PSD e PTB estão previstas para os próximos dias. Ao menos nove órgãos, departamentos e empresas públicas surgem nas conversas de integrantes do grupo, como a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Banco do Nordeste.
Cargos no Ministério da Saúde também estão na mesa. Apesar de a pasta estar sem ministro desde a saída de Nelson Teich, na semana passada, não é de interesse do Centrão assumir o comando da Saúde. Como o país está prestes a vivenciar o pico da pandemia do novo coronavírus, o entendimento dos políticos centristas é de que ter um nome à frente do ministério não seria positivo, afinal, o provável crescimento dos números de mortos e de infectados será de responsabilidade do novo ministro.
Impeachment
O governo passou a negociar com o Centrão ao perceber que já não tinha mais uma base sólida no parlamento. A estratégia serve, principalmente, para frear qualquer movimento envolvendo um processo de impeachment contra Bolsonaro, sobretudo após a eclosão de uma crise no Executivo com a saída do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que acusa o presidente da República de já ter tentado interferir politicamente na Polícia Federal.
Programas
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) é responsável pela execução de projetos e programas, como Alimentação Escolar, Livro Didático, Dinheiro Direto na Escola, Biblioteca da Escola, Transporte do Escolar, Caminho da Escola, Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil.
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE