Ceará gera 67 mil empregos formais, 17,7% menos que em 2021

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Entre as explicações para essa desaceleração estariam uma base de comparação alta e o impacto do pleito eleitoral

O Ceará gerou 67.011 novos postos de trabalho com carteira assinada em 2022, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem, pelo Ministério do Trabalho.

O número é 17,7% inferior ao verificado em 2021, quando foram gerados 81.460 novos empregos formais, apontando para uma desaceleração. O resultado verificado no ano passado é decorrente do saldo entre as 541.061 admissões e as 474.050 demissões registradas no Estado, entre janeiro e dezembro do ano passado.

O Ceará foi o décimo do País e o terceiro do Nordeste (atrás de Bahia e Pernambuco) em termos de geração de novas vagas. Apesar do saldo positivo acumulado em 2022, o Estado teve resultado negativo em dezembro, quando foram perdidos 7.004 postos de trabalho, como resultado de 37.531 demissões ante 30.527 admissões.

Entre os segmentos que mais geraram empregos formais no ano passado, estiveram o setor de serviços (37.625), o comércio (9.577) e a construção (8.444).

Já entre os cinco municípios que mais criaram novos postos de trabalho, três estão na Região Metropolitana de Fortaleza. Eusébio, Horizonte, além da própria Capital cearense, geraram juntos 42 mil vagas com carteira assinada.

Para especialistas ouvidos por O POVO, os números positivos marcam uma consolidação da retomada da atividade econômica, após o auge das medidas restritivas adotadas para conter a pandemia de Covid-19 em 2020.

Por outro lado, o fato do saldo de empregos gerados em 2022 no Ceará ter sido inferior ao de 2021 decorre da própria base comparativa alta do ano anterior, bem como do impacto do pleito eleitoral e de investimentos públicos.

O coordenador do Laboratório de Estudos do Trabalho e Qualificação Profissional (Labor) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Enéas Arrais Neto, lembra que “anos eleitorais geram certo aquecimento da economia, principalmente no período em que os dados do Caged apontaram saldos mais positivos, que foram os meses de junho a outubro. Contudo, era esperado que em dezembro parte dessa mão de obra que se envolveu com a campanha fosse reabsorvida por outros segmentos, o que não ocorreu”.

Por sua vez, o presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), anunciado como futuro secretário estadual do Trabalho, Vladyson Viana, aponta como principal razão para a desaceleração na geração de empregos formais no Estado a base comparativa. “Nós tivemos algo atípico que foi a pandemia que teve mais força em 2020. Então, você tinha um represamento que resultou naquele número expressivo em 2021. Em 2022, o crescimento seguiu, mas de modo mais estável”, ponderou.

Já sobre a concentração dos empregos na Grande Fortaleza, Arrais Neto apontou para a importância de expandir atividades econômicas para o Interior.

“A perspectiva de fortalecimento do programa Bolsa Família deve ajudar a estimular o comércio nessas cidades. Além disso, investimentos feitos pelo governo do Estado e pelas prefeituras em educação, saúde, projetos de qualificação profissional, bem como de industrialização, devem contribuir para descentralizar a geração de postos de trabalho”, projetou.

Fonte: Jornal o Povo
https://mais.opovo.com.br/jornal/economia/2023/02/01/ceara-gera-67-mil-empregos-formais-177-menos-que-em-2021.html

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