Em Assembleia Extraordinária virtual, realizada pela Cafaz Saúde na manhã desta quinta-feira (29/4), os associados deliberaram pela aprovação do novo modelo de rateio e da unificação dos planos Cafaz Master Plus e Cafaz Master Saúde. Durante toda a Assembleia, os participantes elogiaram a transparência da entidade e o zelo para com a saúde de seus usuários.
“Saúde não tem preço, mas tem custo – e é alto”, afirmou a presidente da Cafaz Saúde, Ivany Gomes Araújo, em sua fala inicial. A presidente evidenciou que, no formato de plano de saúde da Cafaz, do tipo rateio, a mensalidade paga é atrelada aos gastos de todo o grupo. Em seguida, apresentou o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado relativos ao exercício financeiro de 2020, além da situação financeira da entidade no primeiro trimestre de 2021, a fim de subsidiar os associados para as tomadas de decisão.
“Estamos trabalhando com um rateio defasado de cinco a seis vezes. No entanto, apesar de termos arrecadado menos no último ano, tivemos resultado positivo. Mas temos conseguido segurar a situação da Cafaz a duras penas”, ressaltou. Segundo Ivany, o objetivo das mudanças propostas é trazer segurança e previsibilidade para a Cafaz.
A presidente ressaltou, ainda, iniciativas da atual gestão da Cafaz, iniciada em 2020, a exemplo da implantação do serviço de telemedicina, ampliação dos canais de comunicação, autorizações online, renegociação de contratos e serviços, contratação de consultoria tributária, otimização dos processos internos, dentre outras.
Em seguida, Hélio Mazza, diretor da Salutis Consultoria, apresentou o trabalho de avaliação atuarial desenvolvido pela empresa. “A Cafaz realiza esse estudo estatístico anualmente, desde 2016, para balizar suas decisões”, destacou. De acordo com Mazza, a Cafaz Master Plus vem sofrendo declínio, estagnada em termos de dinâmica demográfica, pois os novos ingressos no plano são oriundos de novos concursos. “O processo de envelhecimento da carteira é uma desvantagem; em cinco anos ela envelheceu quase três anos, mais alto que o padrão da Agência Nacional de Saúde (ANS)”.
O consultor apresentou, então, o novo modelo de rateio, onde o cálculo das cotas muda do modelo trimestral para o mensal, levando em conta a expectativa dos custos líquidos a incorrer (previsão orçamentária). “O que tiver de sobra ou falta, entra como componente no mês posterior. Mas estipulamos um limite para variação mensal, de 1%. Se a variação for maior que essa porcentagem, o fundo fará o papel de financiamento até que a mensalidade cubra”, explicou.
Membro efetivo do Conselho de Administração, o diretor de Organização do Sintaf, Lúcio Maia, destacou a realização da Assembleia como importantíssima para a Cafaz, para dar transparência às decisões tomadas pela administração da entidade. Em seguida, expôs sua análise sobre as finanças da Cafaz, com base nas demonstrações contábeis do exercício financeiro de 2020. “O percentual de 39% do investimento retornou à Cafaz, tomando por base o superávit do período analisado. Isso é muito bom. Já o índice de liquidez geral foi de 4,31 e o grau de endividamento, de apenas 26%. O índice de solvência em 2020 foi de 14,73, quando a partir de 1 a entidade já é considerada solvente, o que é excelente”, afiançou.
Para Lúcio Maia, a proposta de cálculo mensal para as cotas é razoável, pois a Cafaz irá trabalhar com dados mais próximos da realidade. “É mais saldável financeiramente para a Cafaz e para nós, usuários. A cota só irá sofrer reajuste se o percentual de acréscimo em relação à cota anterior for maior ou igual a 1%, e se houver reajuste será neste mesmo percentual, haja vista existir o fundo de reserva para assegurar este reajuste de 1%”, garantiu.
Com relação à unificação das tabelas, Lúcio reforçou que a redução da tabela maior é um atrativo para trazer mais usuários dentro da Caixa. “Vai ter reajustes dentro de algumas faixas etárias, mas haverá benefício para ambos os lados. Em tese, a entidade vai adquirir mais receitas, fortalecer suas reservas e garantir uma maior longevidade”.
José Alves Coelho, que também compõe o Conselho de Administração, lembrou que a Cafaz, desde a sua origem, é um plano solidário, coletivo. “Com as mudanças, esperamos maior robustez do nosso plano”, disse.
“A proposta nos fornece dados técnicos e a preocupação com o fortalecimento da Cafaz. Isso me deixa tranquila. Acho simpática essa unificação que vai beneficiar e possibilitará o ingresso de novos associados na Cafaz. Parabenizo a atual diretoria, os conselhos e toda a equipe”, destacou a presidente da AAFEC, Elenilda dos Santos.
Para o conselheiro fiscal Jucélio Praciano, as mudanças são pertinentes. “Vamos sair da gangorra trimestral. Segurança e previsibilidade são importantíssimas para a Cafaz Saúde”, enfatizou. Para ele, as mudanças são salutares. “Estamos no rumo certo”, completou.
Segundo a associada Cristina Fonseca, ex-diretora de Organização do Sintaf, a Cafaz se diferencia de outros planos pela solidariedade. “Há muito tempo sabemos da dificuldade de manter a Cafaz. Por isso, é importante discutir e buscar sempre outras fontes de recursos, para que Cafaz não corra riscos”, reforçou.
Ao final, o presidente de mesa da Assembleia Extraordinária da Cafaz, Carlos Eduardo Marino, procedeu com a votação virtual junto aos associados presentes. Dessa forma, foram aprovadas, por ampla maioria, o novo modelo de rateio para o cálculo das cotas e a unificação das duas tabelas dos planos da Cafaz Saúde.
“Fico feliz com a participação dos nossos associados na Assembleia virtual e com a aprovação das mudanças. Isso significa que estamos sendo compreendidos”, concluiu a presidente Ivany Araújo.