Artigo | “A Bienal e o Livro” por Francisco Wildys de Oliveira

22

▪ Por Francisco Wildys de Oliveira, Conselheiro da Fundação Sintaf e servidor público.

Dia 23 de abril comemora-se o dia internacional do Livro. O livro é uma das mais revolucionárias invenções humanas. A Unesco o definiu, para fins estatístico, “como uma publicação impressa, não periódica, que consta de no mínimo 56 páginas, sem contar as capas”.

Os livros registram a odisseia humana desde os tempos imemoriais, quando ocorrera a passagem da tradição oral das primeiras civilizações para os primeiros registros da linguagem, tempo em que a tradição oral cedeu espaço ao registro rupestre da História do homem.

“Um País se faz com homens e livros”. A frase de Monteiro Lobato parece antever que o desenvolvimento de uma Nação passa pelas letras, impressas ou digitais. Do livro popular ao clássico. Do livro científico ao religioso. Do filosófico ao literário. Da prosa ao verso: da poesia ao romance.

Livros que viraram referência na vida das pessoas, e as transformaram, parcial, radical ou definitivamente. Alguns são ponto de inflexão como o Trem Noturno para Lisboa, de Pascal Mercier, cujo título, na Europa, virou expressão idiomática.

Em um tempo em que o estímulo à leitura se torna cada vez mais necessário e desafiador, a XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, um dos maiores eventos de literatura do Brasil, celebrou essa magnífica criação humana, às vezes com inspiração divina ou onírica. A Bienal de 2025, com 450 mil visitantes, 100 mil títulos expostos à venda em 188 estantes, R$ 13 milhões em vendas, foi esse palco em que o livro, o protagonista, foi celebrado nesta festa e, por meio dela, foi ampliada a sua importância junto ao público, pelo fortalecimento da leitura como instrumento essencial para a promoção da cultura, que em tempos de crise é um lenitivo e uma esperança de libertação do povo no exercício da cidadania.

Se somos feitos com a mesma natureza de que são feitos nossos sonhos, como sugere Shakespeare, os livros muitas vezes são forjados com sangue, suor e lágrimas, como “Ainda Estamos Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva, “A Consolação da Filosofia”, de Boécio, ou “Memórias do Cárcere”, de Graciliano Ramos. Alguns, de tão disruptivos e desafiadores do status quo e dos costumes vigentes, só foram publicados após a morte do autor.

Fonte: Blog de Eliomar.

“A Bienal e o Livro” – Por Francisco Wildys Oliveira

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here