Análise: novo decreto eleva rigor a um dos níveis mais altos desde o lockdown

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Preocupação crescente com piora do quadro sanitário leva Governo a enrijecer medidas de isolamento

Restaurantes Fechados
Foto: Helene Santos

Anunciado ontem pelo governador Camilo Santana, este novo conjunto de medidas, somado a uma série de outras providências que já estavam em vigor, eleva a rigidez do Estado no controle à pandemia ao maior nível desde o plano de reabertura da economia, que sucedeu o lockdown e contou inicialmente com quatro fases.

Vem mais restrição por aí?

E há mais por vir: o Governo deve publicar, ainda nesta semana, um decreto específico para o período de Carnaval. Camilo deixou claro que medidas ainda mais severas serão tomadas caso o quadro da saúde continue se agravando.

A conta chegou. E esta é a conta das aglomerações, é a fatura dos pagodes do sigilo – que de sigilosos não têm nada -, do forró com 1.500 pessoas, dos muitos encontros desnecessários, da negligência no Natal.

Uma conta pra lá de cara. Deve custar empregos e emperrar a recuperação de alguns setores que ainda se arrastavam tropegamente depois do baque sofrido em 2020, como o de turismo e restaurantes. Estes últimos terão de fechar às 15h nos fins de semana, o que deve gerar impacto significativo.

Mas o maior prejuízo causado pelo menoscabo com a saúde é o de vidas. No Ceará, a Covid-19 já matou mais de 10,4 mil pessoas. No Brasil, mais de 225 mil histórias foram interrompidas. Mas nem estes números chocantes, nem as cenas aterrorizantes de uma Manaus sem ar parecem suficientes para conter o ímpeto irrefreável de uma galera que se acha invencível.

O intuito deste novo decreto é justamente brecar a vida noturna, os focos de proliferação gerados por parte do público jovem, que acaba por espalhar o vírus para os grupos de risco. Mas, sem uma fiscalização austera e ostensiva, o intento deve falhar. Contar com a conscientização deste contingente de egoístas, a esta altura, seria um otimismo ingênuo.

Diario do Nordeste

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