Mais de 44% dos pequenos negócios no Ceará se reinventaram na pandemia de coronavírus

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Pesquisa do Sebrae mostra que, no Estado, 49,9% das micro e pequenas empresas suspenderam as atividades temporariamente e 2,9% fecharam

No Ceará, praticamente metade das micro e pequenas empresas (49,9%) tiveram que suspender o funcionamento durante a pandemia, enquanto 44,2% tiveram que se reinventar para continuar de pé. É o que mostra levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Já o percentual de empresas que decidiu encerrar as atividades não passou de 2,9%. “O que não deixa de ser um alento, porque imaginávamos que o número de empresas que fecharia as portas, dado o tamanho da crise, seria bem maior”, afirma o diretor Técnico do Sebrae-CE, Alcir Porto.

A 3ª edição do estudo Impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios, pesquisa online realizada entre 30 de abril e 5 de maio, junto a mais de 17,2 milhões de empresas, mostra que, no Brasil, o índice de fechamento temporário ficou em 45,8%; o de mudança no funcionamento em 42,5%; e o de encerramento em 3,2%.

Dentre as principais implementações, estão a realização de vendas online com uso de redes sociais, o gerenciamento de contas por meio de aplicativo dos bancos; uso de delivery; e vendas online por meio de site.

O impacto da pandemia nos pequenos negocios
O impacto da pandemia nos pequenos negocios (Foto: luciana pimenta)

 

“No Ceará, só entre março e abril, o Sebrae auxiliou mais de 700 empresas a migrarem para o mercado digital, o que é uma revolução grande se considerarmos que existe uma barreira grande no pequeno negócio porque muitas têm dificuldade de acesso à internet e à própria falta de infraestrutura de equipamentos”, explica Alcir.

O impacto financeiro nas contas durante a pandemia, no entanto, é inevitável. Em média, a renda mensal das micro e pequenas empresas no Ceará caiu em torno de 60%.

O que trouxe repercussões também para o trabalhador. A maioria destas empresas (78,1%) aderiu às medidas do governo. Porém, o percentual de demissões de trabalhadores com carteira assinada ficou em 14% no Estado.

O acesso ao crédito continua sendo um grande gargalo ao setor. Para o economista Lauro Chaves, professor da Universidade do Estado do Ceará (Uece) e PHD em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, “muitas medidas de facilitação do crédito foram anunciadas corretamente, mas tiveram tantos problemas, seja por excesso de burocracia, de demanda ou demora na implementação, que não estão chegando aonde deveriam, que é o caixa das empresas“.

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Crédito

Do percentual de empresas que desde o início da crise tentou buscar empréstimo, mais da metade teve o pedido negado. Dos em análise, 28,6% estão esperando cerca de quatro semanas.

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